Imaginem uma história bem curta. Mas bem curta mesmo. Assim, vejam: “Era uma vez um rato inglês que morou na casa número 6”. Pronto, acabou, fim! Gostaram?
Essa foi a minha primeira tentativa de escrever uma história minimalista, que é, tipo assim, uma história com pouquíssimas palavras que consegue passar uma ideia ou uma emoção.
Vamos à história! Existe um rato. Ele é inglês, yes. Ele morou na casa número 6. E ele não existe mais, chuif. O que será que aconteceu? Pronto, fiquei preocupado, ai, ai… =(
Mesmo tão pequena, a história mexeu comigo. O minimalismo é assim: menos é mais. Aposto que vocês já ouviram isso antes. Vou dar exemplos. Quanto menos cores, melhor. Quanto menos formas, melhor. Quanto menos materiais, melhor. Quanto menos palavras, melhor.
Eu, que adoro poesia, fico alucinado com os haikais. Eles foram inventados há séculos no Japão e são minimalistas: têm só três linhas e poucas palavras. No Brasil, ficaram famosos com Guilherme de Almeida, Paulo Leminski, Alice Ruiz e vários outros poetas.
Eu fiz, com toda modéstia, um poema tipo haikai sobre a Avenida Paulista, onde moro:
Milhares de faróis
substituem as estrelas:
galáxias de carros
Deu para entender por que ele é minimalista? É curtinho, tem poucas palavras e passa uma ideia: a de um congestionamento, hahaha! Nesse caos todo a gente precisa tanto de poesia…
Bom, voltando, o minimalismo nasceu na década de 1960 nos Estados Unidos. As pessoas começaram a pintar uns quadros de uma cor só! Pena num quadro azul. Azul, é. Pronto, acabou, é uma obra minimalista porque traz a ideia de que menos é mais. Uau!
O minimalismo é poderoso. Quando a gente começa a brincar com ele, não quer parar. Já pensaram em uma casa minimalista? Como ela seria, hein? E uma música minimalista, teria quantas notas musicais, hein, hein?