Quem aí já ouviu um lundu? E dançar, quem já dançou?
Olha, tudo bem se vocês nunca ouviram nem dançaram. Mas vou dizer uma coisa: vocês não sabem o que estão perdendo, porque é muuuuito divertido! Tem muita ginga e muito humor!
O lundu é uma dessas maravilhas da música brasileira que eu tanto amo. Descobri mais sobre ele enquanto pesquisava o samba, meu ritmo favorito de todos os tempos. É que muita gente diz que o lundu é o avô do samba!
Aí eu me perguntei: quem será esse tal de lundu? Será que ele é velhinho e tem cabelos brancos?
A resposta é não! O lundu não é uma pessoa idosa! Ele é uma dança e um canto bem velhinhos. Foi trazido para o Brasil de Angola e do Congo, dois países lá da África, por negros escravizados pelos europeus.
Isso já faz mais de 300 anos!
Bom, esta parte da história do Brasil é triste: a escravidão, sobre a qual a gente pode conversar outro dia. Mas o lundu é um ritmo tão legal que ficou famoso. Quem dançava batia palmas, estalava os dedos, cantava e dava umbigadas! O problema é que tinha gente em Portugal que não gostava e resolveu proibir o lundu.
Como assim, proibir um canto e uma dança? Que coisa maluca!
Não adiantou nadinha proibir! Com o tempo, o lundu começou a se misturar com outros ritmos e a ganhar outros instrumentos. Apareceram viola, flauta, rabeca e cravo, só pra dizer alguns. Até que, em 1902, gravaram a primeira música do Brasil. Adivinhe o que era? Um lundu!
Isso que é volta por cima!
O lundu se espalhou por todo o país e hoje muita gente dança e canta no Norte e no Nordeste. Existe uma versão chamada lundu marajoara, da Ilha de Marajó!
Agora, quando você ouvir um samba, vai sempre poder dizer: eu já sei quem é o avô dele! O lundu!