Os desenhos do Vô Artigas

Alô, turma! Beleza?

Não sei se vocês estão ligados, mas em 2015 fez cem anos que nasceu o avô das minhas amigas Laura e Manu. Ele já se foi, mas sua memória está mais do que viva.

Ele era um avô bem especial, sabe por quê?

Porque foi um dos maiores arquitetos urbanistas brasileiros, chamado João Batista Vilanova Artigas (se você der uma olhada nas #Favoritas, vai entender direitinho o que faz um urbanista).

O avô Artigas foi autor de projetos de muitos edifícios brasileiros. Ele trabalhou, por exemplo, em casas e conjuntos habitacionais. Você já ouviu falar neles?

Existe um em Guarulhos (SP) chamado Conjunto Habitacional Cecap, que você pode conhecer aqui.

A ideia básica desses conjuntos era dar moradia a muitas pessoas em uma só construção!

Além disso, ele projetou clubes e muitas escolas. Um projeto bem conhecido é o Estádio do Morumbi, em São Paulo. Se você gosta de futebol, com certeza já conhece!

Vilanova Artigas acreditava que a educação é uma forma de todas as pessoas conquistarem sua liberdade, por isso ele ajudou a criar uma escola pública de arquitetura e urbanismo com muito espaço para os alunos pintarem, bordarem e se expressarem de muitas maneiras diferentes.

Nessa escola, ele também foi professor e montou um modelo para as pessoas estudarem arquitetura no Brasil.

Agora adivinhe uma coisa. Sabe o que ele adorava fazer para brincar com as netas e os netos?

Desenhar! Pois é, eles curtiam muito! Tem até um livro com os desenhos que eles fizeram juntos =)

Desenhos de João Batista Vilanova Artigas

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Conversei com a Manu e a Laura sobre os desenhos do avô Artigas. Olha o que elas me contaram:

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EU – Vocês se lembram do seu avô desenhando quando vocês eram crianças? Como era?

MANU – Sim, lembro bem do meu avô desenhando. Ele usava canetinhas coloridas, tinha um traço forte e rápido. Normalmente a gente sentava do lado dele e pedia “Vô, desenha um gato? Desenha uma cobra?” e a brincadeira seguia.

LAURA – Quando meu avô morreu, eu era muito novinha. Não me lembro dele desenhando, mas minha mãe guardou os desenhos que ele fez sob minha encomenda. Quase todos são desenhos de bichos.

EU – Você se lembra de alguma história legal com ele?

MANU – Ele gostava muito de fogos de artifício (as mães dos amiguinhos não gostavam muito disso…) e tinha uma oficina cheia de coisas divertidas.

LAURA – Ele me chamava de “Loru”. Cada neto tinha seu apelido especial. Eu gostava muito de brincar com as amostras de material de construção que ele guardava em casa. Minha preferida era uma de carpete verde.

EU – De qual desenho do seu avô vocês mais gostam? E um projeto preferido, tem?

MANU – A gente fazia barquinho de papel para botar na água da chuva ao redor da casa.

LAURA – Do que mais gosto é um elefante cor-de-rosa feito com canetinha hidrocor e a série das cobrinhas. O projeto que mais tenho carinho é a casa dele no Campo Belo, onde passei minha infância, mas o que acho mais bonito é a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

EU – Se ele estivesse aqui hoje, vocês acham que ele gostaria de dar algum recado às crianças? Qual?

MANU – Sim, para a criança brincar solta e simples, de pipa e papagaio, de desenhar, na terra – iPod, televisão, video game não ajudam, atrapalham a imaginação!

LAURA – Acho que ele não ia falar nada, provavelmente ia desenhar alguma coisa, montar um móbile ou um aviãozinho. 

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Ih, agora eu fiquei com a maior vontade de desenhar cidades e montar móbiles, igual ao Vô Artigas! Será que consigo? Melhor eu começar logo!

Tcha-au!

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