Os playgrounds mais radicais!

Tem fogo, lama, mato crescido, árvore, tábua, pneu velho, corda, lona, tecido, telha, tijolo, cano, mangueira, cama elástica, balanção de grupo, teatro com palco e plateia, casinha no alto, escorregador, pendurador, navio pirata no tanque de areia, patins, ponte suspensa… Ufa, quanta coisa!

Sabe o que é? São os playgrounds de aventura!

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Imagine que existe um espaço de brincadeira onde as crianças podem se divertir com total liberdade e sentir na pele as aventuras mais radicais, de verdade!

Os playgrounds de aventura existem em cidades grandes e mesmo assim têm lama, mato e até fogo para brincar e cozinhar. Quem cuida desses espaços são pessoas da comunidade, com a ajuda das crianças. Eles ficam abertos o dia todo e você pode simplesmente entrar e brincar. Mas tem atividades programadas também, como oficinas e brincadeiras de grupo.

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Eu conheci o David Ramsey, um professor muito bacana que sabe tudo sobre esses playgrounds. A profissão dele é estudar as brincadeiras das crianças!

Ele me contou que, nesses lugares de brincar, a ideia é que as crianças possam aprender como é ter liberdade e autonomia. Se elas sentirem necessidade, pedem ajuda aos adultos.

Isso quer dizer que ali vocês vão encontrar muitos riscos e desafios para resolver, meus amigos!
Não é mole, não!

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Foi depois do fim da Segunda Guerra Mundial, na época em que os seus avós eram crianças ainda, ou nem tinham nascido, que esse tipo de playground foi inventado.

Da Dinamarca, a ideia foi levada para a Inglaterra, onde se popularizou. Como muitos edifícios tinham sido destruídos por bombardeios, havia escombros por toda parte e as cidades precisavam ser reconstruídas.

Algumas crianças gostavam de brincar nos restos desses edifícios e nos canteiros de obras. Aí uma arquiteta paisagista inglesa, muito sagaz e defensora dos direitos das crianças, teve a ideia de, no meio dessa confusão toda, criar espaços especialmente pensados para as brincadeiras das crianças. E sabe com quais materiais ela resolveu fazer isso?

Muito simples: restos da guerra e das obras de reconstrução! Esses playgrounds eram conhecidos no início como “junk playgrounds”, ou playgrounds feitos de entulho, mas depois o nome foi mudando e a forma como eles são construídos também. Até chegar aos que conhecemos hoje!

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É uma história triste por um lado, porque tem a ver com guerra, mas gosto de pensar que, para começar um playground de aventura, a gente não precisa de muita coisa, só de um pouco de espaço, algumas sobras e vontade de brincar! E de um adulto para ajudar a planejar.

Fiquei pensando aqui com os meus botões nos playgrounds que conheço. Alguns são mais comportados, outros são supertecnológicos, outros são enormes e outros têm só um ou dois brinquedos…

Como são os playgrounds que você conhece? E se a gente fizesse um desenho do playground dos nossos sonhos? Você topa o desafio? No meu com certeza teria lama para fazer bolo, um pouco de fogo para assar e água para molhar os pés no verão!

Grandes ou pequenos, aqui ou lá, o que importa é que nos playgrounds de aventura o poder é das crianças!

Vai encarar?

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Fotos: David Ramsey

Fontes:
playgroundadventureuk.wordpress.com
– www.theguardian.com/artanddesign/2012/jul/03/sense-adventure- children-playgrounds-architecture
– HARROD, Tanya; HOCH, Medea; KINCHIN, Juliet. Century of the Child: growing by Design 1900-2000. New York: MoMA Press, 2012.
www.adventureplay.org.uk

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