Alguém aí conhece a fábula do rato e do elefante? Eu conheço!
Claro, gente! Eu sou um rato, então o mínimo que posso fazer é conhecer as minhas próprias histórias. Pois bem, para quem não conhece, vou fazer um resumo.
“Era uma vez um rato que se achava muito bonzão e tinha inveja de elefantes e se deu muito mal porque enquanto ele ficava desdenhando dos humanos que admiravam os elefantes um gato veio e comeu ele todinho.”
Ufa! Entendeu?
Eu conto assim meio rapidinho porque acho essa fábula meio nada a ver, sabe? Esse rato não me representa! Imagine só, ele não gostava de elefantes! Tudo bem que eles são enormes e até podem me esmagar sem perceber, mas acho que eles têm um jeito muito simpático e, afinal, um elefante nem incomoda tanta gente assim!
Mas eu me lembrei dessa história porque descobri que o Guto Lacaz, que é um artista de quem eu sou muito fã, também gosta de elefantes! Ele fez uma escultura genial em um parque lá em Campinas (SP).
Ela se chama Ulysses, o Elefante Biruta.
O Ulysses é quase do tamanho de um elefante de verdade e pesa 400 quilos! Fiquei pensando: se ele fosse um queijo e eu comesse um quilo dele por dia, levaria um ano, um mês e mais cinco dias para comer tudo! Mas isso não é nada, o mais legal é que o Ulysses fica lá em cima, apoiado na tromba!
Quando tem vento, o Ulysses gira. A gente também consegue fazer com que ele gire se mexer na tromba dele ali embaixo. O sobrenome do Ulysses é Biruta, porque a palavra biruta significa um instrumento que fica girando o tempo todo e que os aviadores usam para saber a direção dos ventos.
Mas biruta também quer dizer maluco (esse significado você já conhecia, não é?).
Gostei tanto desse elefante de metal que fiquei curioso e mandei um e-mail para o Guto com algumas dúvidas. Ele foi muito gentil e me respondeu na hora! Olha o que ele contou:
Bartô: Como você teve a ideia de colocar o Ulysses lá em cima?
Guto Lacaz: A ideia nasceu há uns cinco anos, quando um arquiteto de Belo Horizonte me convidou para fazer uma escultura em uma praça, mas me disse que queria ela em cima de um poste que já existia no local. Pensei em algumas alternativas e surgiu a ideia da tromba do elefante, mas nem consegui mostrar o projeto, pois meu orçamento não foi aceito. Quando veio o convite de Campinas, vi que era a hora do elefante. O nome surgiu de uma praça que existe dentro do parque, a Praça Ulysses Guimarães. Achei que seria um ótimo nome e também estaria fazendo uma homenagem a um político bem-humorado que eu admirava.
O seu Ulysses tem a ver com aquele outro Ulisses, do Homero?
Acho que entram todos os Ulysses – míticos ou não. Achei um bom nome para elefante.
Por que você gosta tanto de elefantes?
Não sei, mas eles sempre me ajudam a resolver certas questões – força, inteligência, prudência, confiança, desenho, peso e leveza, humor etc.
Perguntei desse tal de Homero porque tem um livro muito importante na história de todos os livros do mundo que se chama Odisseia, escrita por Homero. Na história da Odisseia, que quer dizer uma viagem muito longa, tem um herói e esse herói é o Ulisses! Ah, agora vocês estão entendendo: é como se o Ulysses Biruta do Guto fosse um pouco herói também!
O Guto me contou que tem feito vários outros trabalhos com o tema de elefante (ele gosta mesmo desses grandotes!). Aqui tem alguns para você ver:
Agora olha este vídeo abaixo que mostra como a escultura foi projetada e construída. Um trabalhão danado! Muitos desenhos, algumas maquetes, dois engenheiros e vários dias depois nasceu o Ulysses!
Agora, se alguém puder ajudar você com o inglês, vai ser demais, porque este vídeo aqui é muito legal e conta as coisas incríveis que os elefantes podem fazer! Eles são muito inteligentes!
Espero que tenham gostado, porque eu amei! Já estou aquecendo os motores da minha mochila-foguete, vou voando conhecer o Ulysses!
Para terminar, um viva aos que trabalharam no projeto:
Guto Lacaz – criação e produção
Ono-Zone Estudio – construção do elefante
Luiz Brettas – construção do poste e mecânica interna
Ernesto Tuneu – projeto mecânico
Jonathan Lucchini – projeto de fundações
Edson Kumasaka – imagens em foto e vídeo
Tcha-au!